
Eu quero Paixão. Quero sentir a vontade avassaladora de ter alguém. A vontade simples e o pensamento objetivo da paixão. O desejo de ver o mundo parar alguns minutos apenas pra que se possa sentir e viver o calor dos corpos suados e colados e sem a menor pretensão de se desgrudarem. Deleitar-me com o silêncio e o cheiro que sobram de um momento coberto de prazer. Talvez o local esteja vibrante com tantas luzes a iluminar tudo ou simplesmente esteja monótono com apenas uma luz baixa ao fundo pra dar o clima romântico.
Mas a verdade é que aquela paixão incontrolável, incontestável, intensa e cheia de segundas intenções se faz ausente diante de tanta falta de interesse dos seres humanos em se entregar. Seria medo? Pudor? Ou realmente frigidez?
Ah, não há nada melhor do que sentir-se completamente dominado e paralelamente achar que é capaz de controlar a situação. A confusão de sentimentos, a inconstância nos pensamentos, a falta de palavras pra explicar e a única certeza é a imagem do tal alguém aparecendo em todos os lugares como se te olhasse e te desejasse ter ali mesmo.
E que não se confunda essa “obsessão” com amor. Seria o cúmulo achar que paixão e amor são uma só coisa. São dois sentimentos passíveis de caminharem juntos, mas conseguem se distinguir com a maior facilidade. O amor é “do bem”, enquanto que a paixão poderia ser “do mal”. O amor te faz fazer mil planos e dizer palavras de um futuro bom. A paixão? Te deixa sem fôlego e tudo que você consegue balbuciar são palavras de um presente insano.
Mas e quando acaba a paixão? E se não tiver amor? E se tiver amor?
Pra que a pressa em querer saber quando tudo vai acabar? Por que as pessoas não conseguem somente deixar acontecer? Uma pergunta responde a outra. A paixão só acaba quando se tenta estabelecer um prazo de validade. Essa mania incansável de querer que tudo tenha um começo, meio e fim e querer saber exatamente o tempo cronológico é o que põe o fim e vale ressaltar que esse fim é precoce, porque se não fosse essa loucura pelo tempo tudo estaria sendo aproveitado da melhor forma e sem preocupações desnecessárias. E quanto ao amor, ele é lindo na teoria, mas na prática não resiste a todos os “nada” existentes num relacionamento monótono. Então se a paixão acaba e o amor fica, a única coisa que ainda pode ser feita é usar esse amor pra reacender a chama da paixão. Como? Use a imaginação. E que não esqueçam da reciprocidade. Um não faz por dois!
Mas e se não tem amor? Então a gente procura outra paixão que é pra não deixar de amar a vida.
E nessa vida o prazer me chama!