
Eu só queria achar alguém que me entedesse. Eu rodava, rodava, mas nunca encontrava. Ai um dia eu me esqueci de procurar e encontrei alguém que não entendia nada do que era normal, mas que admirava tudo que era louco. Ele sabia que a loucura era a maior prova de lucidez. A loucura levava à felicidade. Foi então que encontrei meu novo objetivo: mostrar a ele toda a minha loucura. E eu pensava sozinha: “quanto mais loucura, mais felicidade. Preciso ser louca o suficiente pra me encaixar na loucura dele e tornar tudo ao redor feliz e sublime”. Ai o tempo passou e eu pensei novamente: “a maior loucura é achar que ele vai me amar só por eu ser louca”. E de repente, em um dia comum ele me diz: “a loucura é mesmo uma coisa linda”. Nesse momento eu percebi: “ele é tão louco quanto eu!”. Depois disso nos metemos em algo que eu chamaria de pura lucidez da loucura. -Parei de pensar!- eu disse em alto e bom som para mim mesma. Eu precisava avisar pra minha consciência que agora era a hora de ela descansar, já havia trabalhado o bastante. Dei um sorriso pro meu coração e um leve tchauzinho pra racionalidade. - Dêem-me um tempo! – era eu aos berros com meus pensamentos novamente. Voltamos a nos encontrar, eu e aquele moço que a pouco tinha me conquistado pela sua loucura, e logo eu notei que ao lado dele eu sentia-me protegida de tudo que não era louco o bastante pra ser nosso. Foi um momento de tanta felicidade, que se maior existe, deve ser lá no inferno. Desse dia em diante eu só tenho um pensamento que me persegue em cada segundo: “eu preciso de tempo pra prová-lo que toda a nossa loucura vale à pena”. Então que façamos esse tempo.
Liliane Teodósio / 23-04-2011