Certa vez escutei uma música de uma banda bem famosa que falava sobre “Pacato cidadão. Pacato da civilização...” lembrei-me imediatamente que um dia eu vi um "bicho" do mato perdido no asfalto. Ele mais me parecia um hippie, mas não era nômade. Retirante seria mais adequado aquele sujeito. Para acompanhar sua família, veio ainda criança tentar a vida em uma cidade grande que mais opções lhe ofereceria. Embora parecesse aluado o tal sujeito era de todos o mais esperto. Não se iludiu com as armas da globalização e continuou um pacato cidadão. Essa criatura teve ainda a audácia de viver apenas de sobrevivência. Pra ele nada como residir em seu barraco velho, juntando os restos daquilo que os grandes jogam fora e utilizando sua inteligência inata para restaurar. E la vai o bicho grilo pra feira do troca vender seus trecos em troca daquilo que necessita no momento. Faz pequenos/grandes negócios e volta pra casa, pois ta na hora de abrir aquela “vendinha” feita de um “puxadinho” da própria casa. Mais algumas vendas realizadas e ta na hora do grilo ir pro “Recife” como ele chama o centro da cidade grande em que assiste. Uma seresta e umas namoradas pra sua vivencia. Ops, SObrevivencia! E então volta o bicho pra casa com suas historias e a sua rede. Tá na hora do pacato grilo bicho cidadão dormir e sonhar com... Enfim, paz.
Liliane Teodósio